Vai, flor gentil, vai, prenda suspirada,
doce mimo d´amor terno e fagueiro,
vai, que ele mesmo grato e prazenteiro,
ele te há-de levar à minha amada.
Cumpre o que ela te impôs, que é lei sagrada:
se mudada te achar, sem cor, sem cheiro,
se o viço, a gala do verdor primeiro
em tuas pálidas folhas vir crestada,
diz-lhe que mais que a ti, mais me queimara
o intenso ardor daquela saudade
que a ambos neste estado nos deixara.
Oh! se um benigno influxo de piedade
de seus formosos olhos te orvalhara...
Qual de nós ambos reviver não há-de?
Almeida Garrett
(Luís Neves)
domingo, 12 de abril de 2009
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